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Estância: Há mais de 1 ano sem iluminação adequada, Estádio Francão não realiza partidas noturnas


Estância: Há mais de 1 ano sem iluminação adequada, Estádio Francão não realiza partidas noturnas
Prestes há completar 36 anos no próximo dia 5 de março, o Estádio Governador Augusto Franco, o conhecido ‘Francão’, localizado no município de Estância, no Sul de Sergipe, não tem muitos motivos para comemorar.

Há cerca de 18 meses, a praça de esporte está impedida de realizar jogos no turno da noite, pois toda a fiação dos quatro refletores foi roubada por vândalos e, até agora, não foi reposta.
A situação tem incomodado a população da região, especialmente os amantes do futebol, que sentem certo desprezo do Governo do Estado com o estádio estanciano. “É um descaso. O Francão é um patrimônio, mas parece que não tem sido muito valorizado. Na verdade, as praças esportivas estão sendo pouco lembradas pela administração atual, o que é uma pena para o esporte sergipano”, lamenta o aposentado Fernando Freitas, morador do município.
Frequentador assíduo dos jogos no Estádio Governador Augusto Franco, o aposentado reclama do horário limitado que os jogos vêm ocorrendo. “O local está funcionando pela metade. Começou a escurecer, não consegue realizar mais nenhuma partida lá”, conta. Fernando também chama atenção para outro detalhe: com as disputas acontecendo sempre às 15h, o público diminui bastante, principalmente por causa do desconforto causado pelo sol forte.

“Dia de semana as pessoas estão trabalhando. É impossível acompanhar os jogos pela tarde. E no domingo, como aqui é litoral, as famílias vão à praia e não conseguem voltar a tempo para as partidas. Sem falar no calor que faz. Pela noite é muito mais agradável", opina o morador, que também critica as condições de outros estádios do interior de Sergipe. “Hoje a gente só conta com o Baptistão, em Aracaju. O resto está esquecido, em péssimas condições, ou interditado, como Itabaiana e Porto da Folha. Um absurdo”, complementa.
Falta manutenção
Amante do esporte local, o autônomo Fábio Oliveira sempre acompanhou de perto as transformações do Francão. Ele conta que o estádio foi inaugurado em 1983, e só após 18 anos, em 2011, foi reformado pelo então governo de Marcelo Déda, devido a uma ação civil pública. “Na época fizeram uma obra muito boa, mas com o passar dos anos, a falta de manutenção acaba destruindo o que foi feito. Hoje ainda temos alguma estrutura, mas é preciso muitos reparos para estádio realmente funcionar como deveria”, declara.
Sobre a falta de iluminação, Fábio Oliveira lembra que, na época do ocorrido, o Estado prometeu que faria a reposição imediata do material. “Mas é lamentável o descaso com o qual tratam o nosso esporte. Colocam administradores no local, mas não oferecem a mínima condição de trabalho. Então, a gente assiste quebrar uma coisa, outra ser roubada, e a situação nunca é resolvida”, informa.
Do lado de fora do Estádio Governador Augusto Franco, segundo ele, o cenário também não é nada bom. O mato toma conta do entorno, atrai insetos e deixa o visual do Francão ainda pior. “Não há uma parceria com o município para que a área seja limpa. É uma vergonha. Sem jogos a noite e com esse estado de abandono, o que vemos é um público cada vez mais desinteressado e prejuízos se acumulando, inclusive para o comércio da região, que deixa de faturar”, avalia o torcedor.
Procurado pela equipe do Caderno Municípios do Jornal da Cidade, o atual administrador do Estádio Francão, Paulo Roberto, não deu boas notícias. Segundo ele, não há prazo para que a situação seja normalizada. “Na verdade não há previsão de recolocar a fiação”, disse, enfático. Sobre os possíveis prejuízos para o comércio, ele não acredita que haja. “Os jogos do campeonato são feitos pelo dia, a iluminação não interfere”, pontua.
Já o diretor de praças esportivas da Superintendência de Esportes da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), Glennyson Cruz, reconhece os problemas do estádio e alega que, nos últimos anos, o local passou por reformas em sua estrutura, mas, em todas elas, poucos meses depois os problemas retornavam.
“O problema maior do Francão é com a questão de segurança. Sem vigilância os atos de vandalismos são constantes. O sistema de iluminação foi por três vezes recuperado. Porém, dias após os problemas retornam. Levam a fiação, danificaram as tubulações e o sistema fica inoperante”, justifica, afirmando que medidas serão tomadas para amenizar a situação, mas não existe projeto de reforma para aquela praça de esportes.
O dirigente diz ainda que em face da ausência de recursos para uma reforma ampla e imediata, a Federação Sergipana de Futebol (FSF) ajustou junto à Superintendência Esportes da Seduc, que os jogos noturnos do Francão estariam suspensos até que o problema seja solucionado. Segundo ele, hoje os jogos acontecem aos sábados e domingos à tarde, considerados dias e horários próprios e tradicionais para a prática do futebol.

Jornal da Cidade


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