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Tambaquis eliminam vetores de doença em lagoa de Estância

Lagoa dos Tambaquis tornou-se um ambiente turístico e monumento natural da cidade.


Tambaquis eliminam vetores de doença em lagoa de Estância

A instalação de tambaquis nas lagoas do município de Estância (SE) tornou-se uma medida eficaz para o combate à esquistossomose. O projeto, criado nos anos 90, tinha como objetivo incentivar a atividade de predação dos peixes a seu principal transmissor, o caramujo.

Dados do Ministério da Saúde estimam que cerca de 1,5 milhão de pessoas no Brasil possam estar infectadas com essa doença e que, de 2007 a 2016, sete mil casos tenham ocorrido por ano em áreas endêmicas. Com a instalação dos peixes, o local, que era considerado nativo, deixou de manifestá-la.

“Adquirimos 20.000 alevinos em laboratório particular e soltamos na Lagoa. O resultado foi uma grande vitória”, comenta Rute Camilo de Azevedo, funcionária de um bar que fica nas imediações da Lagoa dos Tambaquis. Após a instalação dos peixes, o local tornou-se patrimônio turístico ambiental do município e a pesca da espécie foi proibida na lagoa.

Para o sucesso completo da intervenção realizada em Estância, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente realiza a análise mensal dos coliformes fecais da água e a Secretaria da Saúde é responsável pela coleta.

A transmissão desse parasita ocorre quando as fezes de um ser humano infectado entram em contato com a água. As larvas presentes pela doença liberam ovos e estes penetram nos caramujos. Quando desenvolvidas, essas larvas se infiltram pela pele do homem e reiniciam o ciclo.

“Diante de todo esse trabalho, foi comprovado que os tambaquis são realmente os salvadores da lagoa, daí esse nome: Lagoa dos Tambaquis, que uniu o útil ao agradável”, explica Rute.

Esquistossomose

Popularmente conhecido como barriga d’água, o nome é justificado pelo aumento do volume do abdômen, uma das consequências do período mais grave da doença. A maioria das pessoas infectadas pela esquistossomose pode permanecer sem apresentar sintomas, dependendo da intensidade da infecção.

Ao atingir a fase aguda, febres, calafrios, dores musculares, tosse e diarreia se tornam mais recorrentes. Com o aumento da gravidade da doença, o paciente apresenta emagrecimento e fraqueza acentuados e a consequente barriga d’água.

Por: Gabriela Brumatti - Terra da Gente


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