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Estância: Com aval do Sintese, SEME aposta a vida dos professores contra a Covid-19

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Estância: Com aval do Sintese, SEME aposta a vida dos professores contra a Covid-19
Sem habilidade, sem experiência e sem proposta concreta para minimizar os efeitos da crise, Secretária de Educação de Estância, sente o peso da responsabilidade batendo a porta após 100 dias de gestão, e resolve, sem “quê nem pra quê”, dar um downgrade de 180 graus, e jogar de forma macabra com a vida dos professores da rede municipal de ensino. A Gestora fez uma aposta coletiva, na qual o coletivo não teve vez nem voz, e da qual, dificilmente ela, os professores ou o Sindicato, sairão vitoriosos: tornar o cenário atual da pandemia, uma brincadeira de mal gosto e do faz de conta.

Como funciona? Ah, é simples! Os professores fazem de conta que não tem proliferação do vírus da COVID-19; que toda categoria já foi imunizada e; que os números diários de contaminados, internados, da falta de leitos e da alta taxa de mortos, são fictícios, e seguem para trabalhar normalmente 50% de sua carga horária de forma presencial nas Unidades de Ensino, para simplesmente “rodar a cara”. Isso mesmo, “rodar a cara”, pois como não está havendo aulas presenciais a um ano, as chamadas “atividades pedagógicas”, já estão ocorrendo normalmente de forma remota, juntamente com as atividades elaboradas a distância pelos professores e realizadas em casa pelos alunos. Ou seja, não tem motivo aparente nem imaginário algum que justifique essa deliberação no mínimo, amalucada.

A propaganda sem nenhum cabimento para o momento, é que os professores deverão se basear em um Guia, desenvolvido de forma “pioneira” pela equipe da secretaria e aclamado por uma Comissão Integrada muito “democrática”, cujos integrantes não são especialistas em saúde pública e nem parecem estar informados dos números recentes e diários da COVID-19.

Até hoje, todos os que tentaram subestimar esta pandemia com joguinhos, trocadilhos e apostas fúteis, oriundas de realidades paralelas; de propostas mal elaboradas ou que não vão de encontro aos embasamentos científicos e às orientações sanitárias, de um distanciamento social sempre que possível, não acabaram bem. Sendo assim, infelizmente, não parece que aqui, será diferente.

Mas de todo modo, em todo jogo, a aposta realizada precisa ser registrada, e para dar a chancela de confiabilidade na proposta da gestora, não houve melhor intermediário que o próprio Sindicato da Categoria. A este, restou a desgastante função de uma espécie de “garoto propaganda” ou “menino de recado”: omitindo delírios, elogiando peripécias, atacando opiniões contrárias e mantendo a temperatura da classe do jeito que “mamãe gosta”, em um constante banho-maria. Tudo isso enquanto entregava o destino de todos docentes que representa nas mãos da Secretária.

A Secretária, por sua vez, distraída na sombra do Sindicato, só “esqueceu” de informar aos professores, que o valor que estava em jogo na aposta, era exatamente, a vida de cada um deles. Muitos, ao tomarem ciência da complexidade da situação, buscaram respaldo para não participar do jogo, afinal não precisou de diálogo ou autorização, a aposta coletiva foi na realidade uma determinação, assinada pela gestora, que faz parte da categoria; que teve a chancela de representantes da categoria e que; foi muito elogiada por aqueles que certamente não tem amor a própria vida, quem dera, pela vida dos que pertecem a categoria.

O jogo macabro infelizmente já começou, embora alguns resistentes se mobilizem às pressas para reverter a situação junto aos órgãos fiscalizadores, a ordem já foi dada, e quem não se enquadrar na jogo, terá o ponto cortado e posteriormente descontado.

Agora, apenas as forças divinas ou uma reviravolta judicial poderá resguardar de alguma forma a vida desses e dessas trabalhadoras, pelo menos até que haja uma prioridade na vacinação, pois nessa aposta irresponsável em um momento tão difícil como o que estamos vivendo, só prevalecem quatro coisas: a incompetência, a ignorância, a inoperância e a falta de sensibilidade.
Por: Lucas Berto


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