Fuxiqueira, mesquinha, MALDOSA.
A mitologia grega é conhecida pelo mundo por sua infinita imaginação na construção de elementos fictícios, como base filosófica da humanidade e dos conceitos da moral e da ética.
E é dessa contemplação filosófica que extraímos umas das deusas mais sublimes do olimpo, a deusa Éris, deusa da discórdia, em que por sua atribuição, a finalidade de sua existência é gerar discórdia – mesmo onde, à primeira vista, não haveria razão para existir uma.
A vinda do campus da UFS foi um anseio potencializado, sobretudo, pelas vozes dos estancianos, sem distinção de ser da classe comercial, agrária, empresarial ou política. Vozes levadas por pessoas comuns e, por vezes, de representantes do povo (prefeitos, vereadores), que devem ser vistos como meios para expressar a vontade popular, e não como fins em si mesmos.
De igualitária forma, o mundo jornalístico deve cumprir seu papel para amplificar as vozes dos povos, que chegando as autoridades competentes decisões prudentes possam ser tomadas. Espera-se que, dentro dessa prudência, os critérios técnicos tenham peso decisivo na definição de políticas públicas. Assim deveria ser.
No caso do campus da UFS, conforme os critérios técnicos, houve dois doadores entre três interessados. O primeiro ofereceu 12 hectares; o segundo, apenas 3. O terceiro foi desclassificado. Pela lógica mais simples — e com base em critérios como área disponível para expansão — seria natural optar pelo terreno maior.
Loucamente, quando nobres moradores de um pequeno recanto no globo (Estância) passam a ouvir de uma emissora, a que deveria ser o símbolo da imparcialidade, a que deveria somente expor fatos, a que deveria somente informar, passa a se comportar de forma pessoal, subjetiva, talvez não estejamos mais falando da deusa da justiça (Têmis), mas ressuscitando com imensa fúria a deusa da discórdia, Éris.
Na temática da UFS, quando um representante do jornalismo, ao invés de pesquisar com profundidade sobre um assunto, ao invés de fazer a leitura BÁSICA dos documentos que compõem um processo — como deu-se a escolha do campus da UFS — tenta opinar pessoalmente quando era somente para apresentar fatos, não há dúvida de que estamos diante da inspiração de uma única deusa: gerar discórdia, onde não precisa existir.
Depois dessa contextualização, vamos analisar a questão central e responsável por estarmos aqui.
Ao fazer a doação de um terreno para a construção, é comum interpretar que tais doadores serão contemplados no futuro com a instalação da faculdade, pois as terras em seu entorno serão valorizadas, “coisas básicas” do mundo imobiliário. Poderíamos até inferir que, se assim não fosse, jamais teríamos doadores de terrenos, pois, no mundo capitalista, nada é de graça: tudo tem seu preço.
Continuando nessa lógica, seria leviano afirmar que somente um doador estaria preocupado em ter ganhos futuros, quando, na verdade, a única motivação de empresários ao fazerem tal doação é a quase certeza de que terão grandes ganhos com a valorização de seus terrenos. Logo, apontar a flecha do interesse pela riqueza somente a um é, sem dúvida — vindo do mundo jornalístico, que não pode alegar desconhecimento — uma atitude politiqueira, mesquinha, maldosa.
A voz da imprensa deveria ser a imparcialidade, mas quando a maldade floresce publicamente estamos diante claramente da deusa Éris, diante da discórdia, da necessidade de gerar confusão para que claramente um ator seja contemplado, outro “linchado”.
E, aproveitando-se da mesma flecha de Éris, quando um ator da imprensa se esquece da imparcialidade dos fatos como eles são e passa a defender uma escolha que nunca deveria ser sua, não seria essa imprensa uma figura que estaria agindo também para obter ganhos pessoais, sejam, ganhos pequenos ou infinitos?
É notório que, na política das cidades pequenas, os instrumentos de comunicação que deveriam servir ao povo comportam-se como infantis deuses do Olimpo. Os estratagemas da deusa Éris foi o pilar básico da Guerra de Troia que durou 30 anos. Aqui no contexto da UFS, a discórdia da imprensa busca apenas gerar batalhas verbais, eloquentes e irresponsáveis para contemplar o interesse de empresário A ou B, pois tecnicamente, faz sentido que a voz de uma imprensa “preguiçosa” em pesquisar os fatos, seja a agora a última voz, aquela que define como tem que ser?
Ao entregarmos nosso futuro a uma imprensa mesquinha, interesseira e maldosa estamos garantindo que continuemos a serem pequenos em economia, em educação e políticas públicas. Estamos jogando a ética e moral no lixo.
O cortiço mundo jornalístico de Estância limita-se aos prazeres emocionais da discórdia. Atende exclusivamente a interesses politiqueiros, que se movem conforme o destino que lhes traga os melhores ganhos. É uma mídia limitada, fuxiqueira, mesquinha, MALDOSA.
Ulisses Menelau (p.s)
20/05/2025