O objetivo foi aproximar a sociedade da realidade do cárcere, além de valorizar o trabalho artístico desenvolvido pelo preso
A Cadeia Pública de Estância (CPE) promoveu uma exposição de arte do projeto “Fabricando a Liberdade”, que foi realizada durante a Feira de Cultura e Arte de Estância. O objetivo foi aproximar a sociedade da realidade do cárcere, além de valorizar o trabalho artístico desenvolvido pelo preso. O evento contou com a presença de diversas autoridades, a exemplo do Dr. Marcos Palmeiras, defensor público de Estância; da equipe da corregedoria da Secretaria de Justiça, do Trabalho e da Defesa do Consumidor (Sejuc) e do próprio corregedor, Dr. Roberto.
Para Vanilson Soares, diretor da unidade, a atividade foi de extrema importância no sentido de desmistificar alguns preconceitos ainda existentes com relação ao cárcere e ao detento. “A exposição teve uma aceitação imensa, especialmente em razão da curiosidade, o que foi ótimo para atingir nosso objetivo de diminuir o preconceito e mostrar à população que o sistema prisional busca de fato ressocializar os presos”, afirma Vanilson.
Com a exposição, outras instituições se aproximaram do projeto, já que ao perceberem a grandiosidade da iniciativa, se dispuseram a firmar parcerias futuras e desenvolver projetos semelhantes, que contribuam com a reinserção social dos presos.
“Ficou claro e exposto para a sociedade que desenvolvemos um projeto que visa devolver à sociedade um indivíduo melhor, que tenha a capacidade de refletir sobre seus atos e viver em harmonia com o meio social”, afirma o diretor da CPE.
Sobre o projeto
O “Fabricando a Liberdade” é um projeto da Cadeia Pública de Estância que incentiva os detentos a desenvolverem suas habilidades artísticas através do artesanato. Ele é coordenado pela terapeuta ocupacional da unidade e acompanhado por psicólogos, psiquiatra e pela Polícia Penal de Sergipe.
Por meio do Fabricando a Liberdade, os internos conseguem reduzir um dia de pena a cada três dias trabalhados e ocupam o tempo livre com uma atividade cultural.
Além disso, segundo a direção, juntamente com a equipe médica da unidade, atividades como a confecção de objetos de arte, contribuem para a diminuição do tempo ocioso e por consequência trabalha a dependência química, que é uma realidade para muitos detentos que chegam no sistema prisional.
“Cada habilidade é potencializada com essas atividades, há um trabalho muito bonito em grupo, que influencia diretamente na ressocialização e socialização mesmo dos internos”, finaliza a direção.