Defesa dos réus ainda podem recorrer da decisão.
Passava das 4h da manhã deste sábado, 07 de dezembro, quando o Juiz Federal Rafael Soares leu à sentença condenatória contra os três ex-agentes da Polícia Rodoviária de Sergipe, Willian de Barros Noia, Kleber Freitas e Paulo Rodolpho envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, no dia 25 de maio de 2022 durante uma abordagem da PRF em Umbaúba.
Segundo o IML de Sergipe e a investigação da polícia Federal, Genivaldo de Jesus Santos morreu por asfixicia após ter sido trancado no porta-malas da viatura da PRF por mais de 11 minutos sendo submetido à inalação de gás lacrimogêneo. O caso repercutiu internacionalmente.
William de Barros Noia, ex-agente que abordou Genivaldo no dia da ocorrência e segurou a tampa da mala da viatura após a bomba de gás lacrimogêneo ter sido jogada no porta-malas, recebeu pena de 23 anos, um mês e 9 dias.
Kleber Freitas, que estava de atestado médico e foi convocado para atuar no dia da ocorrência e que fez, por cinco vezes, uso de spray de pimenta contra Genivaldo, também, recebeu pena de 23 anos, um mês e 9 dias.
Por fim, Paulo Rodolpho, que chegou após a abordagem já iniciada por Willian de Barros Noia que jogou a bomba e segurou a tampa do porta-malas, recebeu pena de 28 anos.
Ao fim da sessão, os advogados de defesa dos réus saíram sem dar declarações à imprensa. A defesa ainda poderá recorrer da decisão.
Na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, os ex-agentes da PRF foram acusado de tortura e homicídio triplamente qualificado. Porém, o Júri Popular desclassificou o crime de homicídio doloso para os réus William de Barros Noia e Kleber Freitas, que passaram a responder por tortura seguida de morte e homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
Os dois foram sentenciados diretamente pelo juiz federal Rafael Soares Souza, da 7ª Vara Federal em Sergipe. Quanto a Paulo Rodolpho, o júri o absolveu pelo crime de tortura e o condenou pelo homicídio triplamente qualificado.
Laura de Jesus Santos, irmã de Genivaldo dos Santos, conversos com à imprensa e destacou que apesar da condenação o sentimento da família não é de felicidade.
"O resultado foi satisfatório, embora a gente não fique feliz com a desgraça de ninguém. Acalma, mas felicidade não traz”, disse Laura.