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Estância mais uma vez entrando pelo cano.

Por: Álvaro Siqueira


Estância mais uma vez entrando pelo cano.
Segue silenciosamente a tão propagada obra da Adutora do Piauitinga, uma obra grandiosa com custo superior a R$ 83 milhões de reais e que irá retirar diariamente mais de 17 milhões de litros de água do já cobalido rio por conta da falta de cuidados e preservação das matas ciliares.

Em meio a tudo isso, surgem várias preocupações, pois temos um SAAE - Serviço Autônomo de Água e Esgoto com sistema de captação e distribuição da década de 60 ainda quando Estância tinha Raimundinho como Prefeito e uma população próxima de 30 mil habitantes, hoje temos quase 70 mil, enquanto Lagarto que tem uma captação mais recente datada de 1984 com capacidade para suprir aproximadamente 50 mil pessoas, hoje, com mais de 100 mil habitantes já precisa de ampliação da capacidade e será a cidade mais beneficiada pela adutora em questão.

O pior é que já falta água frequentemente em vários pontos da Cidade Jardim e a obra, segundo informou o SAAE, era tocada a revelia até chegar ao conhecimento dos vereadores que fizeram Requerimento solicitando informações e até um pedido de embargo junto ao Ministério Público Estadual feito pela vereadora Chica do Fato e até ao MPF - Ministério Publico Federal através da ONG Água é Vida.

O pedido de embargo feito pela parlamentar estanciana foi embasado em várias irregularidades e por conta das empresas envolvidas terem infringido várias leis e resoluções desde a falta de audiência pública, falta da EIA/RIMA - Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, algumas licenças entre outros.

Para aumentar ainda mais a indignação popular o prefeito Gilson Andrade, hoje, aliado do Governador Belivaldo Chagas e do Deputado Federal Lagartense Fábio Reis que se intitula o pai da criança, trouxe técnicos da DESO, ADEMA e SERH para explanarem sobre a obra de formar atrasada, e pasmem, quando o presidente da Câmara propôs um TAC - Termo de Ajustamento de Conduta para em caso de falta futura de água em nossa cidade, a DESO, que é a empresa responsável pela obra se responsabilizasse, os técnicos de pronto não aceitaram o que aumenta ainda mais a insegurança em relação a um colapso hídrico futuro.

Outras questões precisam ser questionadas, como o fato de uma obra tão grande não ter nenhum estudo de impacto ambiental? A cidade não ter dado Certidão de Uso e Ocupação do Solo? A licença 33/2018 foi renovada com a outorga vencida, e falta também o alvará de construção, compensação ambiental e projeto da obra incluindo a cidade de Estância? Perguntas ainda sem respostas (estamos de olho).

Com todos esses pontos mal esclarecidos, a ADEMA pediu mais 30 dias para prestar informações ao Ministério Público Estadual que por sua vez deu 15 dias e a partir daí o referido órgão provavelmente dará seu parecer, e o que é mais estarrecedor, é que após tantas explicações e papo para encher linguiça na audiência do prefeito como foi intitulada pelo presidente da Câmara em sessão anterior, e com a inércia do Poder Executivo local, só nos resta uma certeza, que Estância mais uma vez vai entrar pelo cano.

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