Desde a invenção da tipografia em cerâmica pelo chinês Pi-Sheng, em 1041, ainda no século XI, ou como é mais conhecido no ocidente a elaboração de tipos, letras móveis em cobre sobre uma base de chumbo para a impressão em papel pelo alemão Johannes Gutenberg, em 1455, que a “imprensa”, como ficou denominado o invento, cumpre um papel importante para a sociedade na divulgação de ideias.
No Brasil era proibida a atuação da imprensa, tudo lido por aqui vinha prontinho da metrópole europeia. Só no início do século XIX, Portugal permitiu a instalação da imprensa brasileira, mesmo assim era régia, ou seja, sob o controle estrito e permanente da monarquia de plantão.
De sorte nunca existiu, de fato, uma imprensa majoritariamente livre e independente. Basta dizer que neste país cinco famílias poderosas controlam com “mão de ferro” a chamada grande mídia. O que é muito ruim e até dramático para uma sociedade que se pretende democrática.
Estância na condição de uma cidade de vanguarda ensinou o estado de Sergipe a ler jornal, com o pioneiro “Recopilador Sergipano” de 1832. Se não bastante, liderou também na radiofonia AM, instalando a Rádio Esperança, em 1967 - a primeira do interior. Talvez seja, por isso, que a história da comunicação estanciana é repleta de grandes profissionais.
Fica evidente que a imprensa, ou melhor, a liberdade de imprensa e a democracia são confidentes de primeira hora. A relação é necessária e umbilical. Para corroborar com essa tese o Instituto de Análise e Opinião prestando serviço para a Folha de São Paulo, constatou recentemente, que 91% dos brasileiros (as) defendem que a imprensa séria ajuda a combater a corrupção ao divulgar nomes de políticos (as) e autoridades envolvidas.
Todavia é preciso ainda saber separar o “joio do trigo”, tem uma imprensa realmente que presta um desserviço ao conjunto da sociedade: a sensacionalista e politiqueira. A municipalidade conhece bem esse tipo. Aliás, a administração liderada pelo ex-prefeito Carlos Magno foi vítima dela. Movida pela derrota eleitoral de 2012, atuou durante quatro anos sem o menor pudor, destilando ódio e rancor. Usou pessoas carentes e até oportunistas para atingir o seu intento. Era uma verdadeira caçada. É a chamada “imprensa marrom”. É fétida e servil!
Todavia a Secretaria Municipal de Comunicação Social - SECOM - do município pode e deve cumprir um papel fundamental, visando oportunizar a atuação qualificada de todos os veículos de comunicação e, consequentemente, fortalecer a participação da população rumo à cidadania.
Mas quando quem está à frente do grupo político e da gestão concorda e estimula essa postura e compostura autoritária e excludente da pasta ocorre a cristalização de uma forma medíocre e preconceituosa de condução do erário. O que é lamentável! Porque a cidade é resultado da contribuição de todos (as).
Atualmente o prefeito Gilson Andrade e a Secom (que vive em constantes disputas internas) privilegiam apenas dois veículos de comunicação no município, pois se enquadram perfeitamente dentro da sua lógica de poder. É uma atitude nada republicana e que estabelece o controle pelas trinta moedas.
Certamente seja devido a esse comportamento do gestor que no último dia 22 de junho, vários veículos de comunicação a exemplo do Factual1, F5 Sergipe, a Folha da Região, a Gazeta de Estância, Sergipe Repórter e a Tribuna Cultural recusaram-se a aceitar convite da SECOM para um “passeio de trenzinho do forró” pela cidade! Abaixo à mesquinharia da Secom!
Por: José Domingos Machado Soares - Colunista
Professor da rede estadual e presidente do PT de Estância